Orkut Büyükkökten (Konya, 6 de fevereiro de 977) um engenheiro de software, nascido na Turquia, que desenvolveu a rede social orkut como um projeto independente enquanto estudava na Universidade de Stanford, e mais tarde também enquanto trabalhava no Google.

Entrevista com o criador do Orkut.com

Quando esteve no Brasil, em março de 2007, Büyükkökten concedeu uma entrevista ao jornalista Marcelo Nóbrega, do JB Online, que reproduzimos na íntegra:
Com a praia de Copacabana ao fundo, Orkut Buyukkokten abre um sorriso quando perguntado o que sente por estar no Brasil. Ele sabe que é uma das pessoas mais famosas do país por um jeito muito especial. Nos 20% de tempo que cada funcionário do Google tem para projetos pessoais criou o Orkut, serviço de redes sociais onde muitos internautas brasileiros reencontram amigos, se apaixonam, arrumam emprego e também encontram pedofilia, venda de drogas e apologia ao crime.
No Brasil para uma visita de três semanas, o engenheiro de software conversou com o Jornal do Brasil sobre a febre do seu produto no país e insinuou que uma versão do Orkut para celulares está a caminho, para acesso de qualquer lugar.


O que você vem fazer no Brasil?
- Ficarei três semanas aqui. Quero conhecer o país, e vou me encontrar com usuários para avaliar como vêem o Orkut. Além disso, estarei com estudantes e o público numa universidade em São Paulo.


Por que o Orkut é tão popular no Brasil?
- Sempre me perguntam isso, e se meus pais me chamaram Orkut por causa do site! Lançamos o serviço há três anos. Três meses depois, os brasileiros já o invadiam. É uma combinação de fatores: os brasileiros gostam de internet e o Orkut é fácil de usar, até quando estava apenas em inglês. Quando viram quais países tinham mais cadastrados, iniciaram a corrida para tornar o Brasil o primeiro em acesso.


É possível fazer do Orkut tão usado no resto do mundo como é no Brasil?
- Claro. Nos EUA, o Friendster era popular e foi dominado pelo MySpace, por exemplo.


O Orkut se integrará mais aos serviços do Google, como o Gmail e calendário?
- Trabalhamos para isso. Um mês depois de lançarmos a integração com o YouTube, o Orkut já era o segundo maior site com vídeos do serviço, com 20 milhões de filmes.


Um dos seus interesses, desde a faculdade, é o acesso à internet pelo celular e outros aparelhos móveis. O Orkut irá para o celular?
- Tentei levar a facilidade de uso de um software para o celular para a interface do Orkut. Normalmente não comentamos os futuros projetos mas o que posso dizer é: talvez! Já temos a função de envio de scraps pelo celular no Brasil.


E qual seria a novidade do Orkut que você gostaria de ver implementada?
- Seria ótimo ter uma experiência transparente entre o Orkut e outros serviços do Google, como o Gmail ou os álbuns de fotos do Picasa.


O Orkut foi um projeto do seu tempo livre no Google. Como ele surgiu?
- Os 20% de tempo para iniciativas pessoais não precisam ser um dia na semana. Pedi ao meu chefe se podia me dedicar alguns meses a um serviço de redes sociais, e assim nasceu o Orkut. Já tinha projetos parecidos na Universidade de Stanford, na Califórnia. Continuo como consultor do Orkut no tempo pessoal.


Como funciona o sistema de projetos pessoais?
- É muito flexível. Podemos trabalhar em grupo ou sozinhos, e para melhorar algo que já exista, como o Gmail, por exemplo. E até se empenhar em algum projeto social, numa ONG que nada tenha a ver com o Google. O mesmo acontece nos escritórios ao redor do mundo.


É possível ganhar dinheiro com redes sociais?
- Sim. O principal é dividir esse ganho com os usuários, como já acontece com blogueiros e o AdSense.


O Orkut começa a mostrar anúncios em forma de links patrocinados. Eles são montados com o perfil do usuário e o cruzamento com e-mails, busca e outro conteúdo das ferramentas do Google?
- Só são exibidos nas comunidades. Não cruzamos os dados por questões de privacidade.


Como as redes sociais vão evoluir?
- O ideal é juntar tudo sob um mesmo login, com conexões fáceis entre serviços e de acesso de qualquer lugar. Com opções para que o usuário possa controlar o que quer mostrar para quem e em qual ferramenta.


Há a impressão de que o Orkut é um produto de segunda escala no Google, porque não vemos muitas evoluções e seus limites continuam, como o máximo de 12 fotos em cada perfil. O que você acha disso?
- Não vejo assim. O Orkut nasceu como um projeto pessoal e por isso não tem a “cara” do Google. Tivemos de criá-lo sem a estrutura tecnológica da empresa e agora é questão de ampliar as funções. O Brasil continua sendo uma prioridade, por ter muitos usuários.


Qual é a solução para a exploração do Orkut para a pornografia, pedofilia, comércio de drogas ou remédios sem prescrições?
- Já temos várias medidas no ar para manter o conteúdo limpo e trabalhamos com a Justiça para responder rapidamente às denúncias feitas pela imprensa ou usuários.